REVOGADA PELA LEI Nº 3003/2018

 

LEI Nº 2.479, DE 23 DE AGOSTO DE 2012

 

Cria o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Viana e dá outras providências.

 

Texto Compilado

 

A PREFEITA MUNICIPAL DE VIANA, Estado do Espírito Santo, no uso de suas atribuições legais, faz saber que a Câmara Municipal de Viana aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

 

Art. 1º Fica criado o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Viana com o objetivo de assegurar-lhes o pleno exercício dos direitos individuais e sociais.

 

Art. 2º Caberá aos órgãos e às entidades do Poder Público assegurar à pessoa com deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos quanto à educação, à saúde, ao trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à previdência social, à assistência social, ao transporte, à edificação pública, à habitação, à cultura, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem estar pessoal, social e econômico.

 

Art. 3º Para os efeitos desta lei, considera-se pessoa com deficiência, além daquelas citadas na Lei nº 10.690, de 16 de julho de 2003, a que possui limitação ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas seguintes categorias:

 

I - deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções;

 

II - deficiência auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz;  Retirada do Decreto nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004- 17 - Diretrizes para Criação de Conselhos Est. e Munic. dos Direitos da Pessoa com Deficiência;

 

III - deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60º; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores;

 

IV - deficiência mental: funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como:

 

1. comunicação;

2. cuidado pessoal;

3. habilidades sociais;

4. utilização dos recursos da comunidade;

5. saúde e segurança;

6. habilidades acadêmicas;

7. lazer; e

8. trabalho;

 

V - deficiência múltipla - associação de duas ou mais deficiências;

   

Art. 4º O Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência será um órgão de caráter deliberativo relativo à sua área de atuação, com os seguintes objetivos:

 

I - elaborar os planos, programas e projetos da política municipal para inclusão da pessoa com deficiência (Art. 192, § III da Lei Orgânica do Município) e propor as providências necessárias à sua completa implantação e ao seu adequado desenvolvimento, inclusive as pertinentes a recursos financeiros e as de caráter legislativo;

 

II - zelar pela efetiva implantação da política municipal para inclusão da pessoa com deficiência;

 

III - acompanhar o planejamento e avaliar a execução das políticas municipais da acessibilidade à educação, saúde, trabalho, assistência social, transporte, cultura, turismo, desporto, lazer, urbanismo e outras relativas à pessoa com deficiência;

 

IV - acompanhar a elaboração e a execução da proposta orçamentária do Município, sugerindo as modificações necessárias à consecução da política municipal para inclusão da pessoa com deficiência;

 

V - zelar pela efetivação do sistema descentralizado e participativo de defesa dos direitos da pessoa com deficiência;

 

VI - propor a elaboração de estudos e pesquisas que visem à melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência;

 

VII - propor e incentivar a realização de campanhas que visem à prevenção de deficiências e à promoção dos direitos da pessoa com deficiência;

 

VIII - acompanhar, mediante relatórios de gestão, o desempenho dos programas e projetos da política municipal para inclusão da pessoa com deficiência;

 

IX - manifestar-se, dentro dos limites de sua atuação, acerca da administração e condução de trabalhos de prevenção, habilitação, reabilitação e inclusão social de entidade particular ou pública, quando houver notícia de irregularidade, expedindo, quando entender cabível, recomendação ao representante legal da entidade;

 

X - avaliar anualmente o desenvolvimento da política municipal de atendimento especializado à pessoa com deficiência de acordo com a legislação em vigor, visando à sua plena adequação;

 

XI - elaborar o seu regimento interno.

 

Art. 5° O Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência será composto por 16 (dezesseis) membros, titulares e suplentes, respectivamente, representantes dos seguintes órgãos ou entidades:

 

Sociedade Civil:

 

I - (06) Seis representantes de entidades da sociedade civil organizada, diretamente ligadas à defesa e/ou ao atendimento da pessoa com deficiência na cidade de Viana, legalmente constituídas e em funcionamento há, pelo menos, um ano, eleitas dentre os seguintes segmentos:

 

a) 01 (um) representante de entidades que atuam na área de deficiência auditiva;

b) 01 (um) representante de entidades que atuam na área de deficiência física - (19 – Diretrizes para Criação de Conselhos Est. e Munic. dos Direitos da Pessoa com Deficiência);

c) 01 (um) representante de entidades que atuam na área de deficiência mental;

d) 01 (um) representante de entidades que atuam na área de deficiência visual;

e) 01 (um) representante da área de patologias crônicas que determinem limitações nos desempenhos individuais e sociais;

f) 01 (um) representante da área de deficiências múltiplas.

 

II - um representante das organizações patronais;

 

III - um representante das organizações de trabalhadores;

 

Representação Governamental:

 

a) 01 (um) represente da Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho, Renda e Cidadania;

b) 01 (um) represente da Secretaria Municipal de Educação;

c) 01 (um) represente da Secretaria Municipal de Saúde;

d) 01 (um) represente da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos;

e) 01 (um) represente da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer;

f) 01 (um) represente da Secretaria Municipal de Obras.

g) 01 (um) representante da Delegacia Regional do Trabalho;

h) 01 (um) representante do Ministério Público.

 

§ 1º Cada representante terá um suplente com plenos poderes para o substituir provisoriamente em suas faltas ou impedimentos, ou em definitivo, no caso de vacância da titularidade.

 

§ 2º A eleição das entidades representantes de cada segmento, titulares e suplentes dar-se-á durante a Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

 

§ 3º O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência será eleito entre seus pares.

 

Art. 5°. O Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência será composto por 10 (dez) membros, titulares e suplentes, respectivamente, representantes dos seguintes órgãos ou entidades: (Redação dada pela Lei nº 2728/2015)

 

I – três representantes de entidades da sociedade civil organizada, diretamente ligadas à defesa e/ou ao atendimento da pessoa com deficiência na cidade de Viana, legalmente constituídas e em funcionamento há, pelo menos, um ano, eleitas em fórum próprio, convocada pelo conselho com 30 (trinta) dias que antecede o fim de cada mandato. (Redação dada pela Lei nº 2728/2015)

 

II – um representante da categoria de usuário; (Redação dada pela Lei nº 2728/2015)

 

III – um representante de categoria de interesses coletivos. (Redação dada pela Lei nº 2728/2015)

 

IV – cinco representantes do Poder Público, sendo: (Redação dada pela Lei nº 2728/2015)

 

a) 01 (um) represente da Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho, Renda e Cidadania; (Redação dada pela Lei nº 2728/2015)

b) 01 (um) represente da Secretaria Municipal de Educação; (Redação dada pela Lei nº 2728/2015)

c) 01 (um) represente da Secretaria Municipal de Saúde; (Redação dada pela Lei nº 2728/2015)

d) 01 (um) represente da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer; (Redação dada pela Lei nº 2728/2015)

e) 01 (um) represente da Secretaria Municipal de Obras. (Redação dada pela Lei nº 2728/2015)

 

§1º. Os representantes do poder publico serão indicados pelos respectivos secretários das pastas supracitadas. (Redação dada pela Lei nº 2728/2015)

 

§2º. Cada representante terá um suplente com plenos poderes para o substituir provisoriamente em suas faltas ou impedimentos, ou em definitivo, no caso de vacância da titularidade, com prévio comunicado a Secretária Executiva do Conselho, que deverá tomar as providências cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 2728/2015)

 

§3º. Em caso de vacância da vaga de representante de usuários, fica a vaga estendida a entidade de defesa e/ou atendimento da pessoa com deficiência na cidade de Viana, legalmente constituídas e em funcionamento há, pelo menos, um ano. (Redação dada pela Lei nº 2728/2015)

 

§4º. O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência será eleito entre seus pares, na primeira reunião após a posse dos conselheiros nomeados. (Redação dada pela Lei nº 2728/2015)

 

Art. 5-A - O Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Viana escolherá entre seus pares, respeitando alternadamente a origem de suas representações, os integrantes dos seguintes cargos: (Incluído pela Lei nº 2728/2015)

 

I – Presidente; (Incluído pela Lei nº 2728/2015)           

 

II – Vice-presidente; (Incluído pela Lei nº 2728/2015)

 

III – 1º Secretário; (Incluído pela Lei nº 2728/2015)

 

IV – 2º secretário. (Incluído pela Lei nº 2728/2015)

        

§ 1º. Na escolha dos conselheiros para os cargos referidos neste artigo, será exigida a presença da maioria simples (50% + 1) dos membros do COMDIPEDEVI. (Incluído pela Lei nº 2728/2015)

 

§ 2º. O regimento interno definirá as competências das funções referidas neste artigo. (Incluído pela Lei nº 2728/2015)

 

Art. 6° O mandato dos membros do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência será de dois anos, permitida a recondução por mais um período.

 

Art. 7° Os membros do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência serão nomeados pelo Poder Executivo que, respeitando a eleição de que trata o parágrafo 2° do artigo 5°, homologará a eleição e os nomeará por decreto, empossando-os em até trinta dias contados da data da Conferência Municipal.

 

Art. 7º. Os membros do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência serão nomeados pelo Poder Executivo que os nomeará por decreto, empossando-os em até trinta dias contados da data da eleição. (Redação dada pela Lei nº 2728/2015)

 

Art. 8º As funções de membros do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência não serão remuneradas e seu exercício será considerado serviço de relevância pública prestado ao Município.

 

Art. 9º Os membros do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência poderão ser substituídos mediante solicitação da instituição ou autoridade pública a qual estejam vinculados, apresentada ao referido Conselho, o qual fará comunicação do ato ao Prefeito Municipal.

 

Art. 10 Perderá o mandato o conselheiro que:

 

I - desvincular-se do órgão de origem da sua representação;

 

II - faltar a três reuniões consecutivas ou a cinco intercaladas sem justificativa, que deverá ser apresentada na forma prevista no regimento interno do Conselho;

 

III - apresentar renúncia ao Conselho, que será lida na sessão seguinte a de sua recepção pela Comissão Executiva;

 

IV - apresentar procedimento incompatível com a dignidade das funções;

 

V - for condenado por sentença irrecorrível em razão do cometimento de crime ou contravenção penal.

 

Parágrafo Único. A substituição se dará por deliberação da maioria dos componentes do Conselho, em procedimento iniciado mediante provocação de integrante do Conselho, do Ministério Público ou de qualquer cidadão, assegurada a ampla defesa.

 

Art. 11 Perderá o mandato a instituição que:

 

I - extinguir sua base territorial de atuação no Município de Viana;

 

II - tiver constatada em seu funcionamento irregularidade de acentuada gravidade que torne incompatível sua representação no Conselho;

 

III - sofrer penalidade administrativa reconhecidamente grave.

 

Parágrafo Único. A substituição se dará por deliberação da maioria em procedimento iniciado mediante provocação de integrante do Conselho, do Ministério Público ou de qualquer cidadão, assegurada a ampla defesa.

 

Art. 12 O Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência realizará, sob sua coordenação uma Conferência Municipal a cada dois anos, órgão colegiado de caráter deliberativo, para avaliar e propor atividades e políticas da área a serem implementadas ou já efetivadas no Município, garantindo-se sua ampla divulgação.

 

§ 1° A Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência será composta por delegados representantes dos órgãos, entidades e instituições de que trata o artigo 6°.

 

§ 2° A Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência será convocada pelo respectivo Conselho no período de até noventa dias anteriores à data para eleição do Conselho. (Revogado pela Lei nº 2728/2015)

 

§ 3° Em caso de não-convocação por parte do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência no prazo referido no parágrafo anterior, a iniciativa poderá ser realizada por 1/5 das instituições registrada sem referido Conselho, que formarão comissão paritária para a organização e coordenação da Conferência.

 

Art. 13 Compete à Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência:

 

I - avaliar a situação da política municipal de atendimento à pessoa com deficiência;

 

II - fixar as diretrizes gerais da política municipal de atendimento à pessoa com deficiência no biênio subsequente ao de sua realização;

 

III - avaliar e reformar as decisões administrativas do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, quando provocada;

 

IV - aprovar seu regimento interno;

 

V - aprovar e dar publicidade a suas resoluções, que serão registradas em documento final.- 22 – CONADE.

 

Art. 14 O Poder Executivo fica obrigado a prestar o apoio necessário ao funcionamento do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

 

Art. 14. O Poder Executivo, em específico o órgão gestor da política de assistência social, fica obrigado a prestar o apoio necessário ao funcionamento do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência. (Redação dada pela Lei nº 2728/2015)

 

Art. 15 Para a realização da 1ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, será instituída pelo Poder Executivo Municipal, no prazo de trinta dias contados da publicação da presente lei, comissão paritária responsável pela sua convocação e organização, mediante elaboração de regimento interno. (Revogado pela Lei nº 2728/2015)

 

Art. 16 Esta lei será regulamentada pelo Poder Executivo no prazo de trinta dias, contados da sua publicação.

 

Art. 17 Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

 

Prefeitura Municipal de Viana – ES, 23 de agosto de 2012

 

ANGELA MARIA SIAS

PREFEITA MUNICIPAL DE VIANA

 

 Este texto não substitui o original publicado e arquivado na Prefeitura Municipal de Viana.